sábado, 15 de março de 2014

Stanislas de Guaita

O Marquês Marie Victor Stanislas de Guaita nasceu em 6 de abril de 1861 em Alteville, perto de Nancy, na Lorraine Francesa. Era filho de François Paul de Guaita e de Marie Amélie de Guaita. Seu pai provinha de uma antiga família de origem germânica, vinda da Itália no reino de Carlos Magno.
Seus antepassados foram homens de guerra, religiosos e poetas. Em 1715, o tataravô de Stanislas de Guaita estabeleceu-se em Frankfurt,
casando-se com uma jovem alemã. Durante o império Napoleônico, o avô de Guaita alistou-se no exército Francês e adquiriu a nacionalidade francesa. O pai do ocultista fixou-se em Alteville, onde
nasceu o Mestre. A família de sua mãe era de descendência francesa.
Porem os autores que escreveram sobre Stanislas de Guaita não chegaram a fornecer muitos dados sobre a sua vida iniciática. Aprofundaram-se apenas na doutrina que ele próprio expôs em seus livros, os dados sobre sua vida particular, que poderiam interessar a todos aqueles que o admiram através de sua obra, referem-se apenas a aspectos exteriores. Apenas sua correspondência com Joséphin
Peladan
deixa entrever a natureza oculta e séria de seus trabalhos iniciáticos.

Na verdade, pouco antes do nascimento de Stanislas de Guaita, estava na moda o espiritualismo esotérico. Segundo o Mestre Papus, por volta de 1850, os Rosa Cruzes tinham recebido a missão de encetar uma reação contra o materialismo oficial. Tinham se organizado centros Martinistas e parecia que o espírito cristão voltava a renascer. Este foi o clima no qual Guaita veio ao mundo das formas.

No colégio dos Jesuítas em Nancy, Stanislas de Guaita teve como companheiro Maurice Barrès, poeta que chegou a ingressar na Academia Francesa. Na primavera de 1880, Guaita e Barrès, jovens aprendizes de filósofo, viveram em Nancy com plena independência.

A poesia foi pois, a primeira manifestação literária de Stanislas de Guaita. Escreveu Les Oiseaux de Passage em 1881, com 20 anos de idade, La Muse Noire em 1883 e Rosa Mystica em 1885. Em 1882 desembarcou na capital, juntamente com seu inseparável companheiro Maurice Barrès. Nessa época já se havia iniciado nos estudos ocultistas e efetuado um bom relacionamento com os esoteristas parisienses. Procurava algo mais elevado, embora não tivesse ainda total certeza do que se tratava. Sua vocação foi decididamente encontrada através da leitura de livros de Eliphas Levi e da obra O Vício Supremo, de Josephin Peladan, pois encontrou no Sâr um mestre vivo.

Stanislas de Guaita encontrou em Papus e Barlet as duas colunas de seu edifício intelectual. O trio tinha em Eliphas Levi, Fabre d´Olivet, Khunrath, Martinez de Pasqually, Louis Claude de Saint-Martin e Jacob Boheme os guias invisíveis que iluminavam a senda por onde deveriam passar não somente esses homens de vontade, mas todos por eles apascentados. Seguindo as pistas de Jacob Boheme, de Eckhartaussen, de Pico della Mirandola, de Marcelo Ficin e de Knorr de Rosenroth é que Guaita chegou a Saint Yves d´Alveydre.

Assalto dos demonios- O mago e a quatro forças.
Stanislas de Guaita.”Le Serpent de la Genèse”, 1891.
Seu conhecimento com Oswald Wirth teria ocorrido em 1887, a quem uma enferma à qual houvera magnetizado lhe anunciara que recebia uma carta lacrada em vermelho e com armas da nobreza, endereçada por um homem jovem, de cabelos e pele clara e de olhos azuis, com idêntico interesse que o de Wirth. Efetivamente, essa carta foi escrita por Guaita na sexta-feira santa daquele ano, convidando Oswald Wirth para um almoço no dia seguinte, para travarem conhecimento pessoal.

Esse encontro entre os dois eminentes ocultistas acabou produzindo, dois anos depois, em 1889, a união do simbolismo maçônico que Wirth estudara em 1884, com o significado interior do tarô, professado por Guaita, na publicação das cartas desenhadas pelo primeiro, sob o título: O Tarô dos Imaginários da Idade Média.



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No Umbral do Mistério

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