Quod enmim est erit semper ( Pois o que é, sempre será ).
Hermes Trismegisto
Hermes Trismegisto (Hermes tres vezes grande), fundador da
doutrina hermética e pai da alquimia, chamado por Roger Bacon de "pai dos
filosofos", a origem desta figura mitica esta envolta em misterio e
duvidas, assim como sua verdadeira identidade, sobre se seria uma ou mais
pessoa, ou mesmo se Hermes seria um homem ou uma divindade.
De seu famoso livro “Caibalion”, este uma definição de
Hermes:
"Entre os Grandes Mestres do antigo Egito, existiu um
que eles proclamavam como o Mestre dos Mestres. Este homem, se é que foi
verdadeiramente um homem, viveu no Egito na mais remota antiguidade. Ele foi
conhecido sob o nome de Hermes Trismegisto. Foi o pai da Ciência Oculta, o
fundador da Astrologia, o descobridor da Alquimia. Os detalhes da sua vida se
perderam devido ao imenso espaço de tempo, que é de milhares de anos, e apesar
de muitos países antigos disputarem entre si a honra de ter sido a sua pátria.
A data da sua existência no Egito, na sua última encarnação neste planeta, não
é conhecida agora mas foi fixada nos primeiros tempos das mais remotas
dinastias do Egito, muito antes do tempo de Moisés. As melhores autoridades
consideram-no como contemporâneo de Abraão, e algumas tradições judaicas dizem
claramente que Abraão adquiriu uma parte do seu conhecimento místico do próprio
Hermes. Depois de ter passado muitos anos da sua partida deste plano de
existência os egípcios deificaram Hermes e fizeram dele um dos seus deuses sob
o nome de Thoth. Anos depois os povos da Antiga Grécia também o deificaram com
o nome de Hermes, o Deus da Sabedoria. Os egípcios reverenciaram por muitos
séculos a sua memória, denominando-o o mensageiro dos Deuses, e ajuntando-lhe
como distintivo o seu antigo título Trismegisto, que significa o três vezes
grande, o grande entre os grandes.
Nos primeiros tempos existiu uma compilação de certas
Doutrinas básicas do Hermetismo, transmitida de mestre a discípulo, a qual era
conhecida sob o nome de Caibalion, cuja significação exata se perdeu durante
vários séculos. Este ensinamento é, contudo, conhecido por vários homens a quem
foi transmitido dos lábios aos ouvidos, desde muitos séculos. Estes preceitos
nunca foram escritos ou impressos até chegarem ao nosso conhecimento. Eram
simplesmente uma coleção de máximas, preceitos e axiomas, não inteligíveis aos
profanos, mas que eram prontamente entendidos pelos estudantes; e além disso,
eram depois explicados e ampliados pelos Iniciados hermetistas aos seus
Neófitos."
Hermes é tido como o autor de um compenio de textos sagrados,
ditos "herméticos", contendo ensinamentos sobre artes, ciências e
religião e filosofia: O Corpus Hermeticum – que foi o conjunto de suas
obras, cujo propósito seria a deificação da humanidade através do conhecimento
de Deus. (É pouco provável que todos esses livros tenham sido escritos por uma
única pessoa, mas representam o saber acumulado pelos egípcios ao longo do
tempo).
Ele foi objeto de estudos por muitos autores durante a Idade
Média, como Tomás de Aquino e Alberto o Grande, entre outros, apesar da
proibição da prática da magia pela Igreja medieval. Depois da tradução feita
por Marsilo Ficino em 1463, a obra teve grande repercussão na Europa e
incontáveis edições que atestam o profundo interesse e entusiasmo despertado
por Hermes na Renascença.
O interesse dos autores cristãos por Hermes Trismegisto
deve-se em grande parte às referências e comentários de Lactâncio e Clemente de
Alexandria, que o consideraram o primeiro autor de Teologia, fonte e origem de
uma tradição de sabedoria anterior a Orfeu, Platão e Pitágoras, e antecipador
do cristianismo.
Outra caracteristica da possibilidade de “varios autores”,
esta no fato, dos escritos do Corpus Hermeticus poderem ser classificados como
pertencentes a dois tipos de gnose aparentemente contraditorias, uma do tipo
pessimista(dualista) e outra otimista(universalista).
A gnose pessimista, vê o mundo material impregnado
pela influência fatal das estrelas e mau por si mesmo, enquanto que o gnóstico
otimista, o divino impregna toda a matéria.
Hermes, o profeta
Em seus livros, Hermes não se mostrava apenas como filósofo,
mas também como profeta falando do futuro. Atribuiu-se a ele a previsão do fim
da religião antiga, o nascimento de uma nova fé e o advento de Cristo. Santo
Agostinho creditou essas previsões às estrelas ou à revelação dos demônios. Já
Lactâncio o situou entre as sibilas e os verdadeiros profetas.
Principios Hermeticos
O culto religioso ensinado por Hermes envolve a prática da
magia astral, capaz de animar as estátuas dos templos através do conhecimento
das propriedades ocultas das substâncias, arranjadas “conforme os princípios da
magia da simpatia e por introdução no interior das estátuas, mediante
invocação, da vida dos deuses celestiais”.
Segundo a doutrina hermética, “eflúvios de infuências” jorram
das estrelas para a Terra, e podem ser canalizados por um operador que domine o
conhecimento oculto. Essa “magia astral” associa aos planetas uma complicada
pseudociência de simpatias ocultas e feitura de imagens.
Os doze signos do zodíaco possuíam suas plantas, animais e
imagens correspondentes, o mesmo acontecendo com todas as constelações e
estrelas do céu. Neste sistema infinitamente complexo de relações, tudo se
tornava Um.
Ao mago caberia pois entrar neste sistema e fazer uso dele,
“usando corretamente as simpatias ocultas nas coisas terrestres, as imagens
celestiais, as invocações e nomes”. Assim, cada decano tinha a sua imagem
própria, bem como vários aspectos, e presidiam as formas de vida nascidas nos
períodos governados por eles. Considerados como poderosas forças divinas ou
demoníacas situadas acima do círculo do zodíaco e dos planetas, atuavam na
Terra através dos demônios, ou ainda dos planetas.
A sua famosa lei, segundo a qual “o que está em cima é
igual ao que está em baixo”, tornou-se um dos chavões prediletos dos
astrólogos e dos praticantes das “ciências ocultas”. Atribui-se também a ele a
classificação astrológica dos sete tipos humanos, correspondentes aos sete planetas
(Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno), presentes nos manuais
clássicos de astrologia, e também a divisão do zodíaco em 12 signos.
Bibliografia básica
Na realidade sua bibligráfia se resume no rico e profundo "Corpus Hermeticum", um compenio de sua obra e dentro destas poderiamos destacar o "Caibalion" e a "tabua esmeralda".